24/02/2008

Saldão de férias

MEMÓRIAS DO SUBSOLO. A leitura de um grande autor tem que começar pelo começo, não adianta. Esse foi meu segundo contato com Dostoievski. Um pouco antes, eu tinha lido Crime e Castigo, que me deixou simplesmente de queixo caído pelo cara. Denso, psicológico, uma obra-prima. De tão embasbacado, corri para comprar o Memórias, que é um livro da fase inicial do autor. Humpf! Não sei se foram as diferentes correntes de tradução ou o quê, mas o livro ficou menor. Nitidamente, é uma obra que serviu de trampolim para ele alcançar a maturidade lá na frente. Óbvio! Se eu tivresse feito o movimento contrário, talvez não ficasse com essa sensação. Agora vou pros Irmãos Karamazov. Alguém já?

SAGARANA. Não resisti à compra de todas as edições comemorativas das principais obras do Guimarães Rosa. hehe. Simplesmente impecáveis, todas de capa dura, fac símiles de passagens dos orginais, novos projetos gráficos, sem aquela necessidade de padronizá-los numa mesma reedição. Perfeitos! Aproveitei para reler alguns contos do Sagarana: Corpo Fechado, São Marcos e Duelo. Coincidentemente, todos tratam da veia espiritualista do Guimarães. À maneira das histórias da carochinha, ele confronta o sertanejo físico com a sua outra metade, a sutil, que entende as forças e as ligações que estão "amarradas" com a natureza. Foi engraçado reler essas histórias depois de 15 anos...

HOMEM COMUM. Um livro simples, sem grandes pretensões, de um escritor norte-americano de origens judaicas: Philip Roth. É aquele papo de, à chegada da reta final, ter a compreensão da "vida que poderia ter sido e não foi", dando as aspas aí a Manuel Bandeira. A nós, homens, é uma história que pega. Esse personagem principal revisita todo seu projeto de pai e filho, para nos relembrar uma fórmula muito simples da vida, bem basicona: nós somos frutos das escolhas que fazemos d-i-a-r-i-a-m-e-n-t-e. Meio barra ter essa consciência a todo instante, hein! Leitura expressa, em 2 dias se mata.

2 comentários:

theo disse...

Irmãos Karamazov eu achei bom demais. É denso, angustiante e totalmente envolvente. Foi meu primeiro livro do FD. O outro foi O Jogador. O clássico Crime e Castigo eu comecei duas vezes. Em breve vou pra terceira tentativa.

Mau Moreira disse...

Só não te peço emprestado, porque sou contra esse tipo de desapego. hehe